Muito se fala sobre a importância de se manter estudando e adquirindo conhecimento ao longo da vida. No entanto, o foco quase sempre está sobre o desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas até a meia-idade.

Sabendo disso, devemos nos questionar: será que, ao atingir certa idade, as pessoas perdem tal necessidade pelo conhecimento ou são os incentivos pelo aprendizado que se tornam cada vez mais frágeis e menos presentes?

Ensinar inglês para idosos é uma experiência que exige preparo e um planejamento específico, assim como é o caso de quem ensina inglês para crianças. Mas como fazer isso de uma forma personalizada e com real eficácia?

Se você está buscando formas de maximizar a sua capacidade de transformar a vida de alunos idosos com o ensino de inglês, este artigo foi escrito para você!

Aqui, você verá:

As pessoas param de aprender quando envelhecem?

Como maximizar o aprendizado dos idosos?

• Personalize a sua aula para a realidade dos alunos;
• Leitura;
• Interação social;
• Recursos lúdicos.

Dicas para ensinar inglês para idosos:

• Seja paciente;
• A afetividade é um diferencial;
• Encontre a motivação dos seus alunos;
• Troque experiências e enriqueça os encontros;
• Participação, assiduidade e dedicação não faltarão;
• Repita os temas de forma recorrente;
• Facilite a visualização;
• Valorize o listening.

O aprendizado de inglês pode transformar vidas, e você sabe disso. Mas o ensino de idiomas pode ser muito mais do que uma ampliação de possibilidades para alunos adolescentes e adultos. Ele também pode ser um novo propósito para a vida daqueles que já viveram tanto.

Por isso, siga a leitura e utilize as dicas para tornar as suas aulas de inglês para idosos fantásticas!

As pessoas param de aprender quando envelhecem?

Eu preciso começar este conteúdo desfazendo um mito que acabamos construindo de forma inconsciente: os idosos não param de aprender. A sua capacidade de adquirir novos conhecimentos ganha outro ritmo, mas não deixa de existir.

O envelhecimento saudável passa por muitos fatores, incluindo a necessidade de estimular o cérebro a captar novos conhecimentos. Esse assunto, inclusive, é pauta de debates mundiais e está incluso em documentos como o Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde, publicado pela ONU em 2015.

Além disso, outro movimento importante que valoriza o aprendizado na terceira idade é a Década do Envelhecimento Saudável nas Américas (2021-2030), declarada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2020.

Esse movimento, conduzido pela Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), trata o tema por meio de uma divisão em 4 áreas de ação da década:

• Mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos com relação à idade e ao envelhecimento;
• Garantir que as comunidades promovam as capacidades das pessoas idosas;
• Entregar serviços de cuidados integrados e de atenção primária à saúde centrados na pessoa e adequados à pessoa idosa;
• Propiciar o acesso a cuidados de longo prazo às pessoas idosas que necessitem.

Tendo em vista esses movimentos de proporção mundial, começamos a perceber que o ensino de inglês para idosos pode ser uma importante alavanca de promoção do envelhecimento saudável. Por que não fazer isso da melhor forma possível?

Como maximizar o aprendizado dos idosos

Depois de um contexto, chegou a hora de tratarmos o inglês para o público da terceira idade de forma prática e direta. Assim, você entenderá, de forma prática, como o formato das suas aulas pode favorecer o aprendizado dos seus alunos.

Personalize a sua aula para a realidade dos alunos

Ao ensinar inglês para idosos, é necessário revisar as prioridades das aulas, o formato em que elas serão ministradas e quais adaptações serão necessárias para atender às necessidades dos alunos.

Lembre-se que nem todos os seus estudantes da terceira idade possuem o interesse de utilizar o inglês no mercado de trabalho, ou morar fora do país, como é a realidade de muitos dos estudantes de idiomas mais jovens.

Para os veteranos, possivelmente será mais importante desenvolver habilidades de interação social do que priorizar o aprendizado de gramática de forma veemente, por exemplo. Limite-se à gramática de uso cotidiano.

Leitura

A leitura será um importante aliado durante as aulas, já que ela contribui para diversos aspectos da saúde dos seus alunos, como a prevenção de doenças neurológicas degenerativas, que é o caso do Alzheimer, e pode auxiliar na memorização de termos, regras e temas em geral.

Interação social

Essa não é uma regra, mas é fato que a grande maioria dos velhinhos adoram conversar e contar histórias, relembrar épocas passadas e compartilhar experiências com outras pessoas. Por isso, estimular a interação social durante as aulas de inglês pode tornar tudo muito mais divertido.

Estimule o encontro dos seus alunos, promova diálogos e debates em inglês, ou ainda ajude-os a contar as suas histórias no idioma estrangeiro. Além de promover o aprendizado, você adquire experiências únicas e conhece um pouco mais sobre a vida dos seus alunos.

Recursos lúdicos

Não é só com o público mais jovem que as aulas lineares demais tendem a se tornar monótonas e desinteressantes. Utilizar recursos lúdicos com seus alunos idosos, como música, filmes e teatro, auxiliará e muito na maximização do aprendizado.

Além disso, esse tipo de recurso costuma prender a atenção dos alunos, contribuir para a autoestima e a autonomia dos mais velhos, aliviar o estresse e estimular o convívio social.

Mas eu não vou parar por aqui! Abaixo, trago algumas dicas pontuais para as suas aulas que poderão engajar muito mais os seus alunos e tornar o ensino de inglês para idosos muito mais fácil.

Dicas para ensinar inglês para idosos

Entrando um pouco mais nos quesitos práticos, eu trouxe algumas dicas rápidas que vão desde o seu comportamento durante as aulas até o formato e o conteúdo delas.

Seja paciente

A paciência será o seu guia. Entenda que os seus alunos farão perguntas e questionarão regras e métodos. Muitas vezes, inclusive, eles perguntarão mais de uma vez as mesmas coisas.

O seu papel será buscar diferentes artifícios para facilitar o aprendizado, mas sempre mantendo a calma e se colocando no lugar dos seus pupilos de idade mais avançada. Certamente, ensinar com empatia fará a diferença no sucesso das suas aulas.

A afetividade é um diferencial

É notório que o público sênior possui um ritmo próprio, que se difere das demais faixas etárias e precisa ser respeitado. Trate os seus alunos com carinho, atenção e demonstre que está ali para auxiliá-los.

Erros devem ser suavizados, acertos precisam ser valorizados. Torne cada momento encantador dentro da sua aula. As emoções farão os seus alunos se apaixonarem pelo aprendizado.

Encontre a motivação dos seus alunos

Quando você dá aula para jovens, é mais fácil direcioná-los de acordo com as suas motivações, que normalmente estão relacionadas a morar fora do país, fazer intercâmbio ou ampliar as possibilidades profissionais.

No entanto, quando o assunto é ensinar inglês para idosos, as motivações dos seus alunos podem ser diferentes, como:

• visitar familiares fora do país;
• realizar viagens internacionais a lazer;
• aprender coisas novas;
• ocupar o tempo livre.

É claro eu não estou abdicando da possibilidade de o aprendizado também ser por preocupações profissionais, por exemplo. A ideia é exemplificar que as motivações podem ser as mais diversas, e alinhar as suas aulas a elas pode ser importante para manter o engajamento dos mais velhos.

Troque experiências e enriqueça os encontros

Você sabe o quanto os mais velhos gostam de contar histórias, relatar experiências de vida e comparar os dias de hoje com os anos que se passaram. Aproveite isso para construir contextos para as suas aulas.

Utilize a troca de experiências dos seus alunos para construir diálogos, situações fictícias e manter o interesse dos alunos durante todo o período de aprendizado. Afinal, o que não falta a eles é experiência.

Participação, assiduidade e dedicação não faltarão

Normalmente, as pessoas de idade avançada possuem mais tempo ocioso e costumam levar a sua rotina a sério quando possuem atividades recorrentes. Com as aulas de inglês não será diferente.

Além disso, é normal que eles se dediquem de verdade, fazendo lições, estudando em casa e participando ativamente de cada um dos encontros. Estimule-os cada vez mais e aproveite esse ímpeto para maximizar o aprendizado.

Repita os temas de forma recorrente

À medida que envelhecemos, algumas habilidades naturais do corpo vão perdendo efetividade, incluindo a memória, que quase sempre é afetada pelo envelhecimento.

Portanto, procure recapitular o que foi visto em aulas anteriores. Diversifique as abordagens e mantenha os temas mais importantes frescos na cabeça dos alunos.

Facilite a visualização

Outro aspecto que começa a perder força com o passar do tempo é a visão. Este sentido costuma se debilitar ao longo dos anos e o seu papel, como professor de inglês, será adaptar os recursos visuais à realidade dos alunos.

Se você trabalha com uma lousa, procure escrever as palavras em um tamanho maior, que facilite a leitura. O mesmo vale para materiais impressos ou digitais, que podem ter um tamanho de fonte um pouco maior, se adaptando à necessidade do aluno.

Valorize o listening

Além da visão, é comum que a audição dos mais velhos tenha uma queda de sensibilidade. Portanto, explorar o listening de forma adaptada pode facilitar o entendimento da pronúncia das palavras e ampliar a capacidade do aluno de captar as informações.

Dessa forma, tanto a fala quanto outros recursos auditivos devem ter um volume adaptado ao nível de audição dos alunos.

Ao final de tudo, o retorno é gratificante!

É natural que o esforço para trabalhar o ensino de inglês para idosos seja um pouco maior do que estamos acostumados. No entanto, o resultado entregue pode ser gratificante!

Desde o planejamento das aulas até o dia a dia dos encontros, deposite altos níveis de empatia e desenhe cada momento visando proporcionar uma experiência única aos mais velhos, que os façam desejar a próxima aula e os próximos ensinamentos.