Professores apaixonados pelo ensino sentem satisfação e realização ao ver seus alunos aprendendo. Bom seria se esse sentimento bastasse para sobrevivermos dando aulas particulares!

No entanto, realização profissional não paga as contas do final do mês e você precisa receber um valor justo pelo seu trabalho.

Para fazer um bom trabalho, você precisa receber uma remuneração equivalente ao seu esforço, que lhe permita ter uma boa qualidade de vida e a possibilidade de se dedicar aos seus alunos da melhor forma possível.

Por isso, não é certo que você absorva os custos dos investimentos que faz para proporcionar uma melhor aprendizagem para seus alunos, concorda? Afinal, você poderia simplesmente não investir em nada e ainda assim ensinar!

Dessa forma, você precisa entender que todo custo adicional gerado para melhorar a qualidade das suas aulas deve ser repassado no valor do seu serviço. Mas a gente sabe que não é fácil cobrar dos seus alunos…

Pode parecer que você está querendo tirar vantagem deles e talvez você se sinta mal por isso. É que professores particulares normalmente não são empreendedores e lucrar com o ensino muitas vezes parece até errado. Você se identifica com isso?

Nós entendemos! Agora, se você quer viver do ensino particular de inglês, será preciso mudar essa forma de pensar e começar a agir como um empreendedor, que lucra ao levar a melhor solução do mercado para seus clientes.

Não é isso que você quer? Levar o melhor do ensino de inglês para seus alunos?

Então entenda de uma vez por todas que não há nada de errado em cobrar por isso!

Neste artigo vamos ensinar você a calcular seus custos, o valor do seu trabalho e o melhor jeito de cobrar dos seus alunos da forma mais justa possível (para ambas as partes!)

Confira!

Como calcular os custos das suas aulas particulares de inglês?
Aprenda a mostrar o valor de seu trabalho antes de falar sobre preço
Cobre mensalidade (não hora aula)
Lembre-se de incluir todos os custos na mensalidade

Como calcular os custos das suas aulas particulares de inglês?

A primeira coisa que um professor particular precisa entender é que ensinar inglês é um negócio. Isso significa que, assim como qualquer outra empresa, o professor deve cobrar o suficiente para cobrir seus custos e, ainda, gerar lucro.

Os custos de um professor particular de inglês podem incluir despesas como:

• Material didático (livros, apostilas, etc.)
• Equipamento (computadores, tablets, etc.)
• Software e ferramentas de ensino
• Despesas de escritório ou sala (aluguel, internet, eletricidade, etc.)
• Impostos e taxas governamentais
• Treinamento e desenvolvimento profissional

É importante ter em mente que parte do dinheiro recebido pelo seu serviço deve ser reinvestido no seu  aperfeiçoamento como professor, porque isso vai garantir que você continue se desenvolvendo e, inclusive, possa aumentar o valor de suas aulas no futuro.

Entenda que tudo isso é custo e deve ser repassado ao aluno porque agrega valor ao seu serviço.

Somando todos os custos que você já tem todos os meses, prevendo a quantidade de investimentos que fará, e dividindo pelo número de alunos que possui, você vai perceber que precisará de  um certo número de alunos para manter seu preço competitivo.

Faça uma análise de mercado e descubra um valor de mercado que você possa cobrar – mas que seja suficiente para cobrir seus custos e deixar uma margem de lucro!

Cobrar um preço justo pelos seus serviços ajuda a valorizar seu trabalho e mostra aos alunos que você é um profissional sério e comprometido.

Que tal colocar isso em prática agora mesmo? Pause a leitura desse artigo rapidinho e liste aí em uma folha todas as despesas fixas (como luz, internet, aluguel de sala, assinatura de plataformas etc.) e variáveis (valor que normalmente você gasta com capacitação e cursos, por exemplo).

Agora que você já tem o valor do seu custo mensal, adicione o valor do seu serviço como uma margem de lucro. Já parou para pensar quanto vale o seu ensino? Sabemos que pode ser difícil precificar sua atividade, por isso, continue lendo que vamos tentar ajudar você com isso.

Aprenda a mostrar o valor de seu trabalho antes de falar sobre preço

O professor particular possui inúmeras vantagens em relação às escolas de inglês, como não precisar de uma grande estrutura; poder se dedicar a um aluno por vez ou a grupos menores; ter acesso e comunicação mais fácil e direta com os alunos; possuir maior flexibilidade de horários; ter a liberdade de contratar materiais e ferramentas de acordo com seus próprios critérios; entre outras.

Algumas destas vantagens já são reconhecidas pela maioria dos alunos, o que faz com que eles, em regra, deem um valor maior ao trabalho do professor particular e estejam propensos a pagar mais caro do que pagariam a uma escola onde teriam aulas em  um formato mais rígido, em grupos grandes e em um horário semanal fixo.

Por isso, antes de falar sobre preço, mostre todo o valor do seu trabalho para seu futuro aluno e explique porque será vantajoso para ele aprender inglês com você e não em Centros de Idiomas ou com outros professores do mercado.

Aqui vão algumas ideias do que abordar neste momento:

• Fale sobre o seu conhecimento e experiência em ensinar inglês; há quantos anos você dá aula; se já morou fora, em país onde o inglês é a língua materna, por exemplo; o que faz de você uma autoridade no ensino de inglês.
• Deixe claro o seu comprometimento em ajudar os alunos a alcançarem seus objetivos; explique como você vai proporcionar um ensino personalizado, conforme as necessidades específicas do seu aluno, fazendo um acompanhamento exclusivo.
• Mencione o diferencial de disponibilidade e flexibilidade para agendar aulas; se o aluno quiser antecipar ou adiar aulas, dentro da sua disponibilidade de agenda, é possível (diferente de aulas em centros de idiomas, por exemplo).
• Fale também sobre a qualidade do seu material didático e suas habilidades de ensino.
• Explique sobre os diferenciais do seu método de ensino e as ferramentas que você utiliza para potencializar ainda mais a aprendizagem dele.
• E se tiver como, mostre depoimentos de alunos satisfeitos; se você já utiliza provas sociais na sua estratégia de marketing, vai ter fácil acesso a isso nas suas redes.

Ao mostrar o valor do seu trabalho, os alunos terão uma compreensão melhor dos motivos de você estar cobrando essa determinada quantia e estarão mais dispostos a pagar um preço justo pelos seus serviços.

Aprenda a vender o seu serviço! De novo: não há nada de errado nisso.

Seu objetivo é ensinar da melhor forma possível, não é? Então saber explicar todas as vantagens que o aluno terá ao contratar suas aulas é ensinar o valor que o seu serviço tem. E sobre ensinar você entende, não é mesmo?

Então, somente após explicar tudo o que compõe o valor das suas aulas, aí sim você fala sobre o preço com seu aluno. Começar direto pelo preço, sem justificá-lo, pode criar inúmeras objeções na cabeça do seu aluno e depois vai ser difícil superá-las.

Primeiro fale sobre valor. Depois sobre preço. Grave isso!

Cobre mensalidade (não hora aula)

O velho costume de cobrar por hora aula é um dos maiores erros dos professores particulares. Não cometa este erro!

A hora aula faz com que o aluno só pague por aquelas aulas que já foram dadas, ainda que ele mesmo tenha causado o motivo para que a aula não ocorresse.

Evite esses problemas com uma política rígida (mas justa) de adiamento e reposição de aulas, firmando um contrato com o aluno assim que houver a contratação das aulas. Assegure-se que fique muito claro todos os direitos e deveres que ele tem para com o professor e vice-versa.

Estabeleça um valor mensal para suas aulas, levando em conta aqueles custos que você elencou anteriormente, adicionando a sua margem de lucro.

Fixar uma mensalidade garante segurança e estabilidade para você. Por exemplo, se o aluno não comparecer às aulas sem respeitar a política de reagendamento estabelecida em contrato, ele deve pagar a mensalidade igual. E aí você não sai prejudicado!

Faça constar no seu contrato que as mensalidades devem ser pagas no início de cada mês, antes das aulas serem ministradas. Assim você recebe antes de prestar o serviço. Se o aluno não pagar, você não precisa dar aulas. Afinal, ninguém deve trabalhar de graça!

Lembre-se de incluir todos os custos na mensalidade

Digamos que você cobre um valor “x” do seu aluno. E aí agora você resolveu investir numa nova ferramenta de ensino que aumentará seu custo por aluno em +1.

Primeiro de tudo, você não deve tirar esse custo da sua margem de lucro. Se você não entendeu isso, volte duas casas e releia o início deste artigo.

Então, já que você não vai absorver esse custo, como que você pode repassá-lo ao seu aluno? É isso que vamos explicar agora!

O maior erro que os professores cometem é querer cobrar um valor a parte por novas ferramentas ou materiais. Isso porque o aluno sempre vai querer a opção mais barata, e se você colocar esse custo adicional como uma opção, dificilmente ele vai querer.

Além disso, se você “obrigar” seu aluno a contratar uma nova ferramenta ou material para suas aulas, é bem provável que ele se sinta desconfortável e repense se quer continuar com você… Melhor não correr esse risco, não é mesmo?

Mas como repassar esse novo custo para meus alunos? Simples! Se a sua mensalidade é “x” e sua nova ferramenta é “+1”, reajuste o valor da sua mensalidade para “x+1”. Matemática básica!

Para quem já é seu aluno, justifique o aumento da mensalidade não apenas com a contratação da nova ferramenta ou material, se não, o aluno também sabe matemática básica e facilmente concluirá que o valor agregado é da ferramenta e questionará sua utilidade e necessidade.

Lembre-se de observar o estabelecido em contrato. Se foi previsto apenas um reajuste por ano, espere esse prazo para começar a repassar o valor.

Mas para os novos alunos, já agregue esse custo no preço das suas aulas. Mas atenção: não diferencie o que é valor da aula versus o custo da ferramenta ou material!

Trata-se de observar como funciona a mente humana. Se o aluno vê essas duas opções:

• pagar uma mensalidade de R$ 170,00 mais R$ 30,00 do material didático; ou
• pagar R$ 200,00 de mensalidade já com o material incluso.

Ele, não sabendo o custo do material, vai ter uma percepção diferente para cada uma das opções. E normalmente é assim:

• “Custa R$ 200,00, mas o material já vem incluso, não pago mais nada!”
• “Já pago R$ 170,00 e ainda tenho que pagar mais R$ 30,00 de material? É um absurdo!”

Acredite, é assim que funciona a cabeça dos humanos.

As pessoas tendem a buscar as opções mais baratas, mas, no fundo, todos sabem que o mais barato nem sempre (na verdade quase nunca) é a melhor opção. Por isso, se a qualidade for percebida, o valor mais alto vai ser pago de bom gosto!

Aí entra a importância de você saber comunicar o valor das suas aulas. Entendeu a ideia?

Se você desde o primeiro contato com o aluno:

• demonstrar profissionalismo;
• mostrar a qualidade dos recursos que utiliza;
• deixar clara sua experiência e bons resultados que já obteve com outros alunos; e
• apresentar um contrato bem escrito e transparente;

Certamente vai fazer com que o valor de suas aulas seja percebido e vai ser enxergado como um bom professor particular, e o melhor,  vai poder cobrar de forma condizente.

Ao estabelecer um preço justo que reflita todos os custos envolvidos, você pode evitar mal-entendidos com seus alunos e estabelecer uma relação de confiança e transparência.

Isso ajudará a manter seus alunos fiéis a você e a indicá-lo para outras pessoas que estejam procurando por um professor particular de inglês de qualidade.

Para finalizar, gostaríamos de reforçar a mensagem: não se sinta mal por cobrar um valor justo pelas suas aulas! Repasse seus custos para seus alunos, agregue valor às suas aulas e garanta uma margem de lucro que lhe proporcione a qualidade de vida que você merece.

E é claro, conte com a gente para tornar seu negócio de ensino de inglês ainda mais rentável!