Por que você não deve cobrar seus alunos com base na sua hora aula
Você leu o título e agora deve estar se perguntando: “se eu não cobrar por hora aula, vou cobrar como então?”
O valor da hora aula é um bom parâmetro e pode ser usado em algumas situações, para aulas avulsas, por exemplo, ou para uma pessoa que só queira tratar de uma situação específica e não vai precisar de mais do que duas ou três aulas, neste caso, você pode usar o valor de sua hora aula previamente definida, sem problemas.
Mas não é interessante usar a hora aula como parâmetro para definir o valor da mensalidade ou mesmo de um curso completo ministrado por você.
Se você quer aprender a melhor forma de definir o valor de sua mensalidade ou de seu curso de inglês, você está no lugar certo. É o que veremos a seguir!
Por que você não deve cobrar seus alunos com base na sua hora aula
Por que a hora aula não é um bom parâmetro?
1. Idade do Aluno
2. Quantidade de Pessoas
3. Nível do Aluno
4. Objetivo do Aluno
5. Promessa do Curso
Mas, então, como vou precificar meu curso ou mensalidade?
Por que a hora aula não é um bom parâmetro?
É importante ter em mente que o valor da hora aula do professor particular não representa somente aquele momento em que ele efetivamente está ministrando a aula junto de seu aluno.
Na verdade, o trabalho envolvido em uma hora de aula efetiva para o aluno é muito maior: planejamento, seleção de materiais, elaboração de exercícios, testes, estudo e aperfeiçoamento; enfim, tem muito mais coisa envolvida.
Sobre os elementos que compõem o valor da hora aula de um professor particular, já tratamos detalhadamente no texto: quanto cobrar por aula particular de inglês.
O que vamos ver a seguir é por que a hora aula não é a melhor forma de compor o preço da sua mensalidade ou do seu curso de inglês.
Motivos para não usar a hora aula para compor o preço da mensalidade:
1. Idade do Aluno
Acredito que seja bem clara a diferença entre uma aula para uma criança agitada, que muitas vezes sequer queria estar ali na aula; e para uma aula para um jovem adulto interessado, que quer aprender o mais rápido possível porque está precisando disso em seu trabalho, por exemplo.
A demanda de elaboração de uma aula para uma criança e até mesmo o gasto de energia no momento de ministrar a aula efetivamente são muito maiores neste caso.
Para uma criança as atividades precisam ser lúdicas e atrair a sua atenção constantemente, não se pode fazer o mesmo tipo de trabalho por muito tempo, ou ela fica entediada e perde o interesse.
Por isso, o valor de um curso para crianças precisa ser mais alto.
2. Quantidade de Pessoas
Da mesma forma, se há mais de uma pessoa para dividir a atenção do professor, é claro que este vai ter mais trabalho.
Tanto no momento da ministração da aula quanto na preparação da mesma, pois vai ter que preparar tantos materiais quanto pessoas estiverem presentes na aula.
Embora as aulas em grupo sejam uma boa estratégia para baratear o custo para cada um dos alunos, é importante ter em mente que a demanda do professor vai aumentar e o ajuste no valor tem que ser feito.
3. Nível do Aluno
Este é o elemento que mais influencia a precificação de um curso ou módulo de um curso de inglês.
Imagine uma aula básica para um adulto, que ainda está começando a aprender inglês, em comparação com uma aula avançada, onde se irá trabalhar desde a escrita até a conversação.
Quanto mais avançado o nível do aluno, mais complexa será a preparação da aula e até mesmo a necessidade de preparação e estudo por parte do professor, aliás, isto tudo deve constar do seu plano de aula, conforme já vimos aqui no blog.
4. Objetivo do Aluno
Quanto maior a transformação almejada, mais complexo será o processo para promover esta transformação.
Pode ter alguns pontos em comum com o item anterior mas, normalmente, os alunos mais avançados são os que tendem a apresentar objetivos específicos que vão necessitar de uma atenção especial.
Alguns alunos querem aulas de conversação apenas para manter o inglês afiado e estar desinibido nas ocasiões em que necessitar utilizar o idioma.
No entanto, alguns alunos objetivam aprimorar seu inglês ao ponto de diminuir, ou mesmo eliminar, o sotaque.
É certo que este objetivo é muito mais complexo, sendo certo que nem todos os professores de inglês poderão ministrar este tipo de aula. O que deixa claro seu maior valor agregado e, portanto, a necessidade de um valor compatível com a exigência.
5. Promessa do Curso
Se a promessa for grande, a intensidade e nível de atenção dispensada também será.
Se você dá aulas garantindo somente a melhora do inglês da pessoa, mas sem traçar qualquer meta ou objetivo a ser alcançado pelo aluno depois de determinado tempo ou número de aulas, nem mesmo o aluno será capaz de te cobrar algo depois de um período mais ou menos longo.
Agora, se você promete fluência em X meses ou capacidade de ser aprovado em um determinado exame após X aulas; a coisa toda muda de figura.
O grau de comprometimento de aluno e professor deverão ser diferentes para alcançar o objetivo planejado.
Até mesmo a responsabilidade do professor é maior, pois ele não pode falhar em alcançar o resultado que ele mesmo prometeu.
Mas, então, como vou precificar meu curso ou mensalidade?
O primeiro passo é ter um valor de hora aula bem definido para os casos em que um aluno deseja só conhecer seu trabalho ou mesmo ver algum assunto específico, tendo aulas avulsas, sem um maior compromisso com você.
Ao mesmo tempo, é necessário ter um portfólio de cursos para oferecer.
Básico, intermediário, avançado, fluência, conversação… o nome é com você, mas é importante que você tenha um curso ou metodologia pensada para cada tipo de aluno, sendo que o valor do curso ou mensalidade vai variar de acordo com aqueles critérios: objetivo a ser alcançado, idade do aluno, nível de inglês e assim por diante.
É óbvio, mas importante dizer, que o valor vai subindo de acordo com a complexidade do curso, se o básico custa X, o avançado deve custar X + Y.
Esta estratégia é excelente, pois você já pode fazer uma promessa juntamente com um determinado tempo de curso ou número mínimo de aulas.
Por exemplo: garantir que o aluno terá uma boa capacidade de ouvir e entender músicas em inglês desde que ele faça 3 meses de aulas. O aluno terá todo interesse em permanecer nas aulas por este período, pois quer alcançar aquele objetivo!
Para dar segurança ao aluno você pode fazer constar do contrato de aulas particulares a promessa que fizer. Se você confia no seu trabalho não há nada a perder. Já ensinamos como elaborar um bom contrato de aulas particulares aqui.
Se você chegou até aqui e está preocupado, achando que é muito complicado ter um produto para cada tipo de cliente, não se desespere! Na verdade, são apenas algumas adaptações que são necessárias.
Você sempre vai poder dar suas aulas do seu jeito, mas sem perder de vista as necessidades do aluno e sem deixar de ser remunerado de acordo com o nível de trabalho que tiver.
E tem outra coisa, nós estamos aqui para te ajudar. Leia nossos materiais que você vai encontrar muita coisa útil para começar a aplicar agora!