O perfil dos alunos de hoje é bem diferente das gerações anteriores. Nascidos em um contexto totalmente tecnológico, onde os recursos digitais estão presentes em todas as áreas da vida dos indivíduos, os nativos digitais possuem características peculiares e importantes para o processo de aprendizagem.

Por isso, todo profissional da educação deve compreender o que é um nativo digital e como ele aprende, a fim de aprimorar processos e desenvolver aspectos pedagógicos das suas aulas para atender a este novo perfil de aluno.

Se você quer saber o que é um nativo digital, conhecer as características deste público e entender como ele aprende, esse artigo é para você!

Aqui você vai descobrir:

Nativos digitais: quem são?
Imigrantes Digitais: quem são?
Características dos Nativos Digitais
Como os nativos digitais aprendem

Boa leitura!

Nativos digitais: quem são?

Nativo digital foi o nome utilizado pelo educador estadunidense Marc Prensky para designar a geração nascida após 1980, cujo desenvolvimento biológico e social se deu em contato direto com a tecnologia.

Em importante trabalho publicado em 2001, Marc Prensky alertou:

Nossos alunos mudaram radicalmente. Os alunos de hoje não são os mesmos para os quais o nosso sistema educacional foi criado (Prensky, 2001)

Com isso, o especialista em educação tentou abrir os olhos para a necessidade de repensarmos o sistema educacional diante das características apresentadas pelo novo perfil de alunos, os nativos digitais.

O que diferencia essa geração das anteriores é o fato de terem contato com as tecnologias digitais desde o nascimento, utilizando frequentemente computadores, videogames, celulares e aparelhos eletrônicos desde a primeira infância.

Esse contato direto com a tecnologia desde sempre impacta diretamente nas características, hábitos, planos, formação de identidade e, como não poderia deixar de ser, na forma como aprendem.

Antes de verificarmos como os nativos digitais aprendem, vamos conhecer as suas características. Continue lendo!

Imigrantes Digitais: quem são?

Os imigrantes digitais (outro conceito difundido pelo especialista em educação Marc Prensky), são:

Aqueles que não nasceram no mundo digital, mas em alguma época de nossas vidas, ficou fascinado e adotou muitos ou a maioria dos aspectos da nova tecnologia (Prensky, 2001)

Ao contrário dos nativos digitais, os imigrantes não tiveram contato com a tecnologia e a linguagem digital desde o início de suas vidas. Somente em estágio mais avançado da vida essas pessoas tiveram acesso às novas tecnologias e as incorporaram em sua realidade, adaptando-se.

Por isso, pode-se dizer que os imigrantes digitais são aquelas pessoas que fizeram a passagem para um outro mundo diverso daqueles que conheceram até então: onde a tecnologia digital é rainha.

Características dos Nativos Digitais

Como toda geração, os nativos digitais também possuem uma série de características em comum. Conheça as mais relevantes:

Acesso ilimitado a informações

Os nativos digitais nasceram em uma época na qual o acesso ilimitado às informações transformou a vida das pessoas.

Basta uma pesquisa no Google e pronto: o que você quiser saber aparece bem ali, diante dos seus olhos. Em decorrência disso, os nativos digitais estão acostumados a pesquisar sobre tudo o tempo todo.

A afinidade com as tecnologias digitais, dá ao novo perfil de aluno condições para buscar as informações de que precisam em meio a um grande volume de dados e aprender online.

Por exemplo, se durante uma aula o aluno não entende determinado conceito, em vez de solicitar auxílio do professor ou dos colegas, o nativo digital pesquisa no próprio smartphone e, a depender da curiosidade, conseguem até ampliar o entendimento da questão, não se limitando ao conteúdo da aula.

Além disso, os nativos digitais são bombardeados diariamente com uma quantidade enorme de informações, nem todas confiáveis. Isso faz com que seja necessário o desenvolvimento de senso crítico nesses alunos para que absorvam informações confiáveis e relevantes.

Realização de múltiplas tarefas

Há certa controvérsia em relação a esta característica, especialmente no que diz respeito aos efeitos desta prática na concentração (ou falta dela) dos alunos.

O fato é que o novo perfil de aluno tem facilidade em se dedicar a várias tarefas simultaneamente. Enquanto ouvem o professor explicar o conteúdo, pesquisam sobre o tema em seus smartphones e aproveitam para dar aquela checada nas redes sociais e responder às mensagens recebidas.

Claro que isso é prejudicial à aprendizagem dos alunos, mas limitando-se aqui a analisar as características dos nativos digitais, a habilidade de ser multitarefa é uma das principais.

Observe seus alunos nativos digitais e perceba como dificilmente estarão fazendo apenas uma coisa de cada vez. Enquanto comem, eles também ouvem música e navegam nas redes sociais. Tudo ao mesmo tempo!

Comunicação instantânea

A comunicação instantânea está impregnada em nossa sociedade e não tem mais volta. A otimização que o e-mail ocasionou para a comunicação é fato que os nativos digitais desconhecem.

Afinal, já nasceram em um contexto no qual “aqui se fala, aqui se responde”. Deste modo, qualquer comunicação com eles deve ser em tempo real, célere, facilitada e constante. Caso contrário, eles ficarão insatisfeitos.

Por tanto, para se comunicar com os nativos digitais, é indispensável que o professor faça uso dos mesmos meios aos quais eles estão acostumados, como os aplicativos de mensagem instantânea, sendo o mais usual o WhatsApp que todos conhecemos.

O lado bom dessa comunicação instantânea é que agiliza diversos processos, como o feedback de tarefas, agendamento de aulas, comunicados, etc. Por outro lado, a ausência de uma resposta imediata acaba por gerar nestes alunos elevado grau de ansiedade e cobranças em relação ao prazo de resposta do professor.

Valorização da colaboração

Por terem nascido em um mundo globalizado e numa sociedade hiperconectada, os nativos digitais estão acostumados a sempre dividir informações e a interagirem entre si. Isso faz com que eles valorizem a criação de novos conteúdos em conjunto e o trabalho em equipe.

Reflexo disso é que os alunos nativos digitais se interessam muito mais por atividades realizadas em equipe de forma colaborativa, tal como acontece em metodologias como o team-based learn.

Afinidade com jogos e recompensas

A geração de nativos digitais aprende a jogar antes mesmo de serem alfabetizados. Por isso, estão acostumados com as características inerentes a jogos, como avanço de fases, recompensas, rankings e etc.

Como eles aprendem por meio de estímulos acelerados, utilizar recursos típicos de jogos é uma boa opção para captar sua atenção, conforme falaremos adiante.

Ainda, segundo Prensky, os nativos digitais alcançam bons resultados com gratificações instantâneas e recompensas frequentes, como ocorre quando se passa de nível em um game, por exemplo.

Como os nativos digitais aprendem

Conforme fomos apresentando as características dos nativos digitais, você provavelmente já foi tecendo algumas associações relacionadas ao processo de aprendizagem dos mesmos, right?

Observando as características deste novo perfil de aluno, percebe-se que não é possível isolar o processo de aprendizagem da tecnologia, uma vez que tais recursos fazem parte não só do dia a dia dos nativos digitais, mas também de toda a realidade que conhecem.

Os nativos digitais não conhecem um mundo sem tecnologia. Logo, separar o processo educacional das ferramentas tecnológicas para um aluno desse perfil é tão sério como manter uma escola à luz de velas, sem eletricidade.

Além disso, como falado anteriormente, essa geração possui muita afinidade com jogos e recompensas. Logo, utilizar a gamificação para o ensino é uma excelente estratégia.

Ainda, como esse novo perfil de aluno é acostumado a ir atrás de informações o tempo todo e possuem autonomia sobre esse acesso, a utilização de metodologias ativas de aprendizagem promove maior eficiência ao processo de ensino-aprendizagem, colocando o aluno no centro, atuando como protagonista da construção do próprio conhecimento.

Continue lendo nossos artigos para saber mais sobre como ensinar inglês com tecnologia e atender melhor aos seus alunos nativos digitais.

Até a próxima!