4º edição do FlexTeach Talks com a teacher Fabíola Reis.

Entre lucros e desafios: conhecendo o nicho de certificações Internacionais

FlexTeach Talks Jan 24, 2025

Com mais de 25 anos de experiência no ensino, a teacher Fabíola Reis construiu uma carreira sólida e inspiradora. Formada em Letras-Inglês, ela sempre acreditou que nasceu com o dom de ensinar e transformou essa vocação em uma trajetória marcada por aprendizado e inovação.

Seu percurso profissional incluiu renomadas redes de ensino bilíngue, onde aprimorou suas técnicas pedagógicas e desenvolveu uma visão ampla sobre a educação de idiomas. 

Fabíola também aproveitou oportunidades únicas de intercâmbio em Hilderstone e Vancouver, experiências que ampliaram ainda mais sua perspectiva sobre o ensino de inglês.

Além disso, ela se dedicou a estudar e conquistar certificações internacionais, como as de Cambridge, que hoje fazem parte de seu diferencial como professora. 

Desde 2020, Fabíola tem focado em atender alunos particulares, muitos dos quais procuram sua ajuda para alcançar certificados internacionais, como IELTS e TOEFL.

“É um bom mercado. Acredito que perca apenas para o Business English”, destaca Fabíola, ressaltando a procura constante por essa modalidade de ensino.

No entanto, ela explica que o tipo de certificação procurada pelos alunos depende muito do momento e das tendências de imigração.

“Entre 2023 e 2024, houve uma procura imensa por IELTS. Por quê? O governo do Reino Unido estava levando muita mão de obra para lá. Depois, o governo encerrou esse programa e a demanda pelo IELTS também caiu um pouco. Hoje, vejo muitas pessoas querendo imigrar para os Estados Unidos, então a procura pelo TOEFL está maior.”

Para Fabíola, compreender essas mudanças no cenário global é muito importante para adaptar suas estratégias e identificar novas oportunidades. Isso permite que ela capte novas oportunidades e atraia futuros alunos.

O ensino preparatório para certificações também exige uma abordagem muito específica, diferente das aulas de inglês geral.

“O aluno que vem buscando inglês geral, a gente pode falar com ele sobre qualquer assunto. Já para um teste, a gente precisa nichar mais, porque geralmente quem está se preparando tem pouco tempo. Então reduzimos os assuntos ao que é necessário saber no formato da prova.”

Fabíola destaca que os alunos que buscam certificações frequentemente enfrentam prazos apertados e altos níveis de pressão. Nesse cenário, o papel do professor vai além de ensinar; é também oferecer suporte emocional e motivacional.

“Quando o aluno vai fazer a prova, ele quer passar. Se não passa, sente um constrangimento. Às vezes é a pressão de um empregador, outras vezes é o sonho de imigrar. Sempre são metas muito fortes e com prazos apertados.”

Essa pressão, segundo Fabíola, exige sensibilidade por parte do professor, que precisa equilibrar as cobranças com palavras de incentivo e orientação prática.

“Procuro conversar bastante com meus alunos e mostrar duas coisas: primeiro, que se eles não fizerem a parte deles, não vão passar. Não adianta só vir à aula e esperar um milagre. Segundo, que eles já estão acertando e evoluindo. Às vezes, eles se cobram tanto que um pequeno erro vira algo enorme.”

Mas como alinhar os alunos aos objetivos do teste?

Uma das ferramentas mais eficazes que Fabíola utiliza são os simulados. Para ela, essa prática ajuda os alunos a se familiarizarem com o formato das provas e criarem suas estratégias.

O simulado dá ao aluno essa visão do que é esperado dele, qual o tempo de prova, qual o tipo de questão. Porque quando você conhece o formato das questões você ganha até tempo para respondê-las. É preciso ter estratégia de prova, não basta saber a língua.”

Fabíola incentiva seus alunos a realizarem simulados fora do horário de aula, reforçando a importância da honestidade nesse processo.

“Se eles burlarem o simulado ou tentarem me enganar, não terá efeito sobre mim. Eles precisam marcar o tempo, responder e me enviar para discutirmos em aula.”

Outro ponto importante no preparo para certificações é compreender o que os examinadores buscam em cada teste. Esse conhecimento permite que o professor alinhe sua abordagem exatamente ao que é necessário para alcançar a aprovação.

“Por exemplo, no Proficiency de Cambridge, o examinador quer que você exiba o seu inglês. Não adianta falar tudo usando apenas expressões básicas. Se chegou até ali, ele sabe que você domina o inglês, mas quer ver o ‘algo a mais’.”

Fabíola acredita que, para ensinar inglês para certificações, é essencial que o professor tenha passado por essas experiências. Vivenciar o formato e as exigências dos exames dá ao profissional a capacidade de oferecer orientações mais precisas e eficazes.

“Para preparar um aluno para um exame de Cambridge, o ideal é que você tenha feito a prova. Não é só sobre saber inglês, mas entender o formato e as táticas necessárias para responder o que é esperado.”

A personalização é uma das marcas do trabalho de Fabíola, mas ela alerta que esse nível de dedicação precisa ser refletido no valor cobrado pelas aulas.

“Não tem como cobrar barato para entregar esse nível de personalização. Para cada aula que dou, me preparo pelo menos mais uma hora. É um trabalho artesanal: estudo os objetivos do aluno, escolho materiais e preparo feedbacks detalhados.”

Para reforçar o comprometimento dos alunos e ajudá-los a perceber sua evolução, Fabíola utiliza ferramentas que tornam o progresso tangível.

“O que fazemos é muito intangível. Uma das coisas que me ajuda é a Flexge. Quando os alunos fazem testes e evoluem de nível, isso dá uma sensação de progresso. Também gosto de gravar momentos das aulas para compararmos depois, e assim eles percebem o quanto melhoraram.”

Embora o ensino de certificações internacionais traga desafios, Fabíola encontra grande satisfação em guiar seus alunos na conquista de metas tão importantes. 

Para ela, é um trabalho que vai além de ensinar inglês: é colaborar para a realização de sonhos com estratégia, dedicação e empatia.

Momento dos conselhos by Teacher Fabíola Reis 

  • Qual conselho você daria para professores que querem trabalhar neste nicho?
“Conheçam a prova, os exames para os quais você prepara os alunos. Faça e adquira essa experiência. Dê bastante ferramentas para seus alunos, não retenha o conhecimento deles para o momento da aula. Indique livros, sites e coisas que eles possam fazer no tempo livre, isso irá ajudá-los a crescer”.
  • Se você pudesse mudar uma percepção das pessoas sobre os exames, o que seria?
“A mentalidade faz toda a diferença. Muitas pessoas acreditam que só comparecer às aulas basta, mas é preciso mais do que isso. Ter um bom professor é importante, mas o aluno também precisa fazer sua parte. E, talvez, o mais importante desse processo seja: estudar por si”. 

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