Aula de inglês: do planejamento à avaliação

O aprendizado, de forma geral, se dá de uma forma um tanto quanto caótica, ele varia muito de aluno para aluno e não tem uma sequência lógica. A curva de aprendizado nunca é suave e constante, pelo contrário, há saltos e o que um aluno aprende rápido outro pode aprender mais devagar. Alguns alunos sentem dificuldade em uma determinada matéria, outros em outra.

Isso tudo é perfeitamente normal mas, não se deixe enganar, não significa que o processo de ensino siga a mesma lógica. Não! O sistema de ensino deve ser organizado, sequencial e lógico, para que o professor consiga controlá-lo da melhor forma possível.

Se você quer entender melhor as aulas de inglês, desde o planejamento até a avaliação, não perca o restante deste artigo! Aqui vamos trazer os principais highlights da obra “Aula de inglês: do planejamento à avaliação”, publicada pelo professor pesquisador da Universidade Federal da Bahia, Luciano Amaral Oliveira.

Vamos lá?

Logística de aula

A primeira coisa é saber quem são seus alunos, quais são seus objetivos e qual a faixa etária deles. Estes fatores vão determinar a metodologia, os materiais e as dinâmicas que serão realizadas em sala de aula para ensinar inglês.

Já dentro da sala de aula o professor deve zelar pela organização do espaço. Onde ficarão os alunos, como ficarão dispostos dentro da sala, como serão agrupados entre si.

Não há um único método correto e nem uma fórmula mágica a se seguir, tudo vai depender da dinâmica que o professor vai realizar na aula o que ele pretende da interação dos alunos entre si e com o professor.

O ensino das quatro habilidades

O estudo de um novo idioma gira em torno do desenvolvimento de quatro habilidades: ouvir, ler, escrever e falar – em inglês: listening, reading, writing and speaking.

Todas são habilidades ativas, mas as duas primeiras são receptivas e as últimas duas são produtivas. Logo, naturalmente as duas primeiras tendem a se desenvolver primeiro e mais rapidamente que as duas últimas.

É muito importante ter consciência disso, pois todas as atividades devem ser desenvolvidas visando o estímulo destas habilidades, começando sempre pelas receptivas e depois incentivando os alunos a produzirem alguma coisa já em inglês.

Todas as aulas são feitas para estimular e desenvolver estas habilidades. Alguns exercícios vão tratar de uma delas de forma isolada (ou pelo menos focar mais em alguma delas); já outros exercícios vão fazer com que o aluno misture as habilidades e seja exigido em todas simultaneamente.

O ensino da compreensão oral

A compreensão oral deve ser estimulada por meio de recursos audiovisuais: músicas, vídeos, desenhos animados, diálogos gravados, etc.

O estímulo deve ser gradativo e o nível de dificuldade deve ir subindo de acordo com o nível de compreensão que vai sendo alcançado pelos alunos.

Tudo se dá por meio da repetição do estímulo no nível correto. Quando a absorção de algum material fica fácil, se passa para um de entendimento mais difícil e assim vai.

O ensino da leitura

A habilidade da leitura passa por alguns requisitos: reconhecimento dos padrões ortográficos, reconhecimento das classes de palavras, busca por informações específicas, busca por ideias gerais e inferências.

É necessário que o aluno identifique como se escreve cada palavra, qual as classes gramaticais a que cada uma pertence, o significado de cada uma delas e as construções que se pode fazer relacionando cada tipo de palavra entre si.

Quando tiver desenvolvido estas quatro habilidades, o aluno estará no caminho para dominar a compreensão escrita!

Este desenvolvimento se dá por meio da leitura em voz alta, o uso de textos autênticos e o uso de textos literários.

O ensino da fala

Sem dúvida a fala é a habilidade menos treinada nas escolas brasileiras de inglês. É comum encontrarmos pessoas com bom vocabulário, boa leitura e boa capacidade de compreensão oral, mas com dificuldade na conversação.

De certa forma isto é natural, pois esta é, naturalmente, a última habilidade a se desenvolver. Uma vez que se trata de uma habilidade produtiva e só poderá se desenvolver a partir do momento que as habilidades receptivas já se desenvolveram em algum nível.

Entretanto, percebe-se que existem alguns bloqueios psicológicos que impedem muitos dos alunos a se desenvolverem nesta competência. Por isso que, desde o início do aprendizado, é necessário que se explore a fala do aluno.

Pode-se começar com a leitura em voz alta e a repetição de palavras e frases simples, depois ir subindo o nível de dificuldade gradativamente.

Para desenvolver corretamente a habilidade da fala (chegando à fluência) há 5 requisitos a serem dominados: produção inteligível dos sons, uso apropriado dos elementos gramaticais e do vocabulário, uso apropriado dos registros, realização das funções comunicativas e uso de estratégias de comunicação.

O ensino da escrita

Aqui também existem 5 micro-habilidades a serem desenvolvidas: de escrita: o uso correto das convenções ortográficas e da pontuação, a ordenação correta das palavras, o uso correto das regras sintáticas, a adequação do texto ao contexto de produção e recepção, o uso adequado dos elementos coesivos, a estruturação interna do parágrafo, a ordenação lógica de parágrafos e a revisão textual.

Assim como a fala, por ser uma habilidade de produção, só pode ser desenvolvida a partir do momento em que já se alcança um certo nível nas habilidades receptivas. Entretanto, a escrita acaba sendo treinada com mais frequência em exercícios do que a conversação.

Há ainda a diferença de que na conversação o fluxo de pensamentos e a criação de construções deve se dar de forma mais rápida, pois o diálogo vai ser formando espontânea e instantaneamente, enquanto a escrita permite um maior tempo de elaboração.

O ensino do vocabulário

Para realmente conhecer as palavras e seus usos, o aluno deve possuir o domínio dos seguintes elementos: a forma da palavra, a posição da palavra na oração, a função da palavra nos atos comunicativos e o significado da palavra.

Isso tudo em duas possíveis situações: oral e escrita.

O ensino da gramática

Dependendo do objetivo do aluno a gramática pode receber uma maior ou menor ênfase, mas sempre deverá ser abordada.

É impossível o estudo do inglês sem abordar a gramática. O que é possível é uma ênfase maior na conversação, buscando-se a fluência em detrimento de um aprofundamento da gramática, mas o estudo desta é indispensável.

A avaliação do aprendizado e do ensino

A avaliação se dá por meio de testes e exercícios específicos.

Cada habilidade deve ser testada isoladamente (ou o mais isoladamente possível).

Os testes de proficiência são aqueles em que se testa todas as habilidades, separada e conjuntamente, fazendo um panorama geral do entendimento do aluno nas quatro habilidades.

O principal objetivo da avaliação é a identificação dos pontos fracos para que se possa trabalhar sobre eles com mais afinco a fim de dirimir quaisquer dúvidas e alcançar a excelência.

Essas são os principais pontos que resolvemos destacar da obra “Aula de inglês: do planejamento à avaliação” a fim de ajudar você com o planejamento das suas aulas.