A Tradução no Processo de Aprendizagem de Inglês: Mitos e Verdades

O ensino de inglês para estrangeiros é uma jornada fascinante, repleta de desafios e recompensas. Um dos temas frequentemente debatidos no contexto do ensino de idiomas é o uso da tradução para a língua nativa do aluno. 

O uso da tradução seria bom ou ruim?

Há uma crença disseminada de que o professor deve fazer com que o aluno pare de traduzir para o português, sua língua nativa, para que ele possa aprender o inglês de maneira eficaz

A ideia é que seria melhor o aluno aprender a pensar e formular sua comunicação diretamente em inglês. Mas será que isso é verdade?

Neste artigo vamos explorar a fundo esta questão. Então fique até o final deste artigo e veja:

A Necessidade de Pensar em Inglês
Vantagens de Pensar em Inglês desde o Início
Desvantagens da Abordagem de Evitar a Tradução Total
O Objetivo Final é Pensar em Inglês
Uso de Cognatos
Conclusão

A Necessidade de Pensar em Inglês

A ideia de minimizar a tradução e encorajar os alunos a pensar em inglês é fundamentada na crença de que isso leva a uma maior fluência e proficiência no idioma. 

Na prática, isso significa que, ao aprender novos vocabulários, gramática e expressões, os alunos devem evitar o uso constante da língua materna como intermediária.

A razão para essa abordagem é que a tradução constante pode criar barreiras na comunicação, retardando o processo de aprendizagem. Além disso, pensar diretamente no idioma alvo ajuda os alunos a desenvolver uma intuição linguística, tornando a comunicação mais natural e fluente. 

Quando os alunos param de traduzir, eles estão mais propensos a formular suas ideias de forma mais direta, sem o peso da tradução literal, afinal, as pessoas querem aprender inglês e não português literal traduzido para o inglês.

Isso é verdade quando percebemos que o idioma é muito mais do que a tradução de palavras soltas. A forma de se comunicar é diferente de cultura para cultura, então, aprender um novo idioma significa também entender como funciona a cultura do país cuja língua nativa você está aprendendo, assim, será mais fácil aprender a se comunicar como os falantes da língua.

Vantagens de Pensar em Inglês desde o Início

Trabalhar e desenvolver a forma de se pensar e falar em inglês pode ser muito útil, trazendo vantagens como:

  • Desenvolvimento da fluência: A prática de pensar em inglês ajuda os alunos a se tornarem fluentes mais rapidamente, uma vez que não precisam realizar traduções mentais constantes.
  • Melhor compreensão da cultura: Pensar no idioma alvo pode ajudar os alunos a entender a cultura, contexto e nuances que podem não ser facilmente traduzíveis.
  • Maior independência linguística: Os alunos se tornam menos dependentes de dicionários e tradutores online, tornando-se mais confiantes em suas habilidades de comunicação.

Desvantagens da Abordagem de Evitar a Tradução Total

Mas também existem desvantagens na opção por não usar a tradução, especialmente no início do aprendizado. É muito difícil aprender vocabulários básicos sem recorrer à tradução, é preciso a utilização de mais artifícios como figuras e vídeos para isso.

Algumas desvantagens de não usar a tradução são:

  • Frustração inicial: Para alguns alunos, essa abordagem pode parecer desafiadora no início, levando à frustração e desânimo.
  • Dificuldade para entender construções gramaticais: Para iniciantes, a tradução pode ser uma ferramenta útil para compreender estruturas complexas do inglês.
  • Contextos específicos: Em algumas situações, como tradução de textos ou documentos profissionais, a tradução é uma habilidade valiosa.

O Objetivo Final é Pensar em Inglês

Sem dúvidas, o que se pretende ao final da trilha de aprendizado de um novo idioma é que o aluno seja capaz de entender e se comunicar naturalmente no novo idioma. O ideal é que o aluno aprenda a pensar em inglês, absorvendo e produzindo sem precisar recorrer à sua língua nativa.

Entretanto, é um tanto quanto inevitável passar por um momento em que é preciso pensar em sua primeira língua para depois traduzir para o inglês, isso é natural e muito difícil de ser evitado.

Ainda que o professor ensine somente se utilizando do inglês, sem qualquer tipo de uso de traduções, o aluno vai fazer associações em sua cabeça com a utilização da sua língua nativa e isso não é necessariamente ruim. 

Uso de Cognatos

O uso dos cognatos - palavras como radio, piano, hotel, hospital, são alguns exemplos -  pode ser muito bom para aprender inglês. É o jeito mais rápido de aprender palavras em um novo idioma, afinal, o aluno já conhece as palavras! Existem centenas de palavras no português que são cognatas a palavras em inglês

E ainda há a possibilidade de explorar os falsos cognatos, que são aquelas palavras que possuem a mesma grafia  em português, mas que, na realidade, não significam a mesma coisa. Como por exemplo: relatives, alias, college, etc.

São centenas de possibilidades a serem exploradas, que podem ajudar muito a enriquecer o vocabulário dos alunos.

Conclusão

A verdade sobre a tradução no processo de aprendizagem de inglês está em algum lugar no meio. A abordagem de minimizar a tradução tem suas vantagens, especialmente no desenvolvimento da fluência e compreensão cultural. 

No entanto, isso não significa que a tradução deva ser completamente evitada. Em vez disso, a tradução pode ser vista como uma ferramenta que os alunos podem usar com discernimento, especialmente em contextos apropriados.

O ensino de idiomas é uma jornada individual e o que funciona para um aluno pode não funcionar para outro. É essencial que os professores e alunos estejam abertos a adaptar suas estratégias de aprendizagem de acordo com suas necessidades específicas.

A tradução pode ser uma ferramenta valiosa quando usada com moderação e com a compreensão de que o objetivo final é pensar em inglês, mas não precisa ser eliminada completamente.

No final das contas, a tradução é uma habilidade valiosa e versátil. Ela pode ser usada como uma ferramenta para facilitar a compreensão, mas não deve ser usada como uma muleta que impede o desenvolvimento da fluência e da independência linguística. 

Portanto, em vez de encarar a tradução como um obstáculo a ser evitado, é importante encará-la como parte integrante do processo de aprendizagem de um novo idioma. Com uma abordagem equilibrada, os alunos podem colher os benefícios de uma compreensão mais profunda do inglês, enquanto mantêm a flexibilidade de utilizar a tradução quando necessário.

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